segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Revolução pisa em seu próprio rabo







 (Uma das mais antigas experiências de coletivismo foi a dos "Falanstérios")

“A Revolução e o papel higiênico” é o título de artigo publicado por Roberto Pompeu de Toledo, na edição de 22.05.2013 da revista “Veja”. O articulista está criticando a “Revolução Bolivariana” da Venezuela pelo fato de um ministro venezuelano afirmar que “ a Revolução trará ao país o equivalente a 50 milhões de rolos de papel higiênico”. A grotesca afirmação foi feita a propósito da escassez de gêneros de primeira necessidade por que passa aquele país como conseqüência, inevitável, do controle socialista da economia. Mas, foi a propósito do termo “Revolução” que Roberto Pompeu fez comentários mais judiciosos.

“Já faz dois séculos e meio que a palavra “revolução” paira, como sonho ou pesadelo, sobre os processos políticos, mundo afora. Os eventos fundadores do fenômeno são a Revolução Americana e, principalmente, a Francesa. Com os franceses, “revolução” virou sinônimo de refundação do mundo. Tanto eles acreditaram nisso que revogaram o antigo calendário e instituíram um novo. Impunha-se que o  tempo começasse de novo, do zero. O caráter refundador da “revolução radicalizou-se com as revoluções comunistas, no século XX, a começar da Bolchevique. E ganhou acentos místicos com a promessa de criação de um mundo novo, marcado pela paz, pela generosidade e pela fraternidade, e povoado por um “homem novo”. “Revolução” passava a equivaler a purgação dos pecados e renascimento.  O marxismo ateu irmanava-se às religiões ao prometer um futuro de bem-aventurança, e ganhava delas ao localizá-las não no Céu, mas na Terra mesmo”

“ O problema é que as revoluções, segundo indicaram os fatos, nestes últimos dois séculos e meio, abrigam em si o germe da destruição...”

O que há de novidade nas afirmações acima? É que elas partem de um articulista bem lido, de um órgão de imprensa que se diz o paladino dos princípios da Revolução Francesa (Igualdade, Liberdade e Fraternidade), mas que, provavelmente, foi mandado falar mal da Revolução (no caso, um braço dela, que é a da Venezuela) por causa de seu público que o exige. Pelo que se vê, a palavra “Revolução” já não tem tanto atrativo como antigamente; pelo contrário, é sinônimo de desgraças.

Na mesma edição de “Veja”, às páginas 116 e 117, há uma pequena reportagem sobre outro fiasco da Revolução, com o título de “Os ossos do socialismo”, onde se comenta o fracasso de uma experiência coletivista feita na primeira colônia inglesa dos Estados Unidos da América, Jamestown, no início do século XVII.  É claro que todas as experiências coletivistas fracassaram, especialmente as do comunismo do século XX. A novidade da colônia americana acima citada é a antiguidade do caso. A revista não entra em detalhes de onde partiu a idéia, mas já desde o século XVI, quando o protestantismo deu seu grito de revolta, já havia experiências semelhantes. Uma delas feita, inclusive, com a seita dos Anabatistas.

Na colônia americana em destaque, ocorreu uma verdadeira desgraça: a falta de estímulo na produção gerou fome e miséria. A fome era tão grande que os colonos chegaram a praticar canibalismo. É um bom exemplo a ser mostrado na Venezuela. Transcrevo, abaixo, excertos da reportagem:

“Jamestown, um forte triangular nas proximidades do Rio James, foi fundada em 1607. No início, a relação entre os ingleses e os integrantes da tribo powhatan era amigável. Os índios davam-lhes alimentos em troca de peças de metal.

“Não havia moeda naqueles tempos. Tudo era feito por escambo”, diz o arqueólogo americano William Kelso, que encontrou os ossos de Jane. Foi naquele período que uma menina de 11 anos, Pocahontas, se enamorou do capitão John Smith, que liderava os colonos. A relação entre os dois, edulcorada recentemente em desenho animado pela Disney, acabou em 1609, quando o capitão foi ferido e retornou à Europa. Os colonos já não tinham nada para oferecer aos índios em troca de comida. Findo o comércio, começaram as hostilidades. “Os índios sitiaram o forte. Ninguém podia sair para conseguir alimentos”, diz Kelson. Situação parecida aconteceu em outro colônia, Plymouth, fundada pelos colonos que chegaram no navio ‘ Mayflower” e que também adotaram a propriedade comunitária. Eles venderam a roupa do corpo aos índios em troca de milho. Outros roubaram grãos dos índios. Alguns se tornaram seus escravos.

“No auge da penúria de 1609, em Jamestown, centenas de novos habitantes chegaram em navios de suprimento, entre os quais Jane, e comeram todo o alimento disponível em três dias. A fome veio em seguida. Segundo um relato posterior do então governador, George Percy, os moradores devoraram cavalos, cachorros, gatos e ratos. Depois, comeram sapatos e todo o couro que encontraram. Quando as opções se esgotaram, começou o canibalismo. Percy contou que ordenou a execução de um de seus homens, que matou e canibalizou a esposa grávida.

“Se não fosse o sistema de produção fracassado, a situação dificilmente teria chegado a esse ponto. O coletivismo fora implantado pela Companhia da Virgínia, empresa responsável pela empreitada em Jamestown, por temor de que, se os colonos tivessem sua própria terra do outro lado do Atlântico, deixariam de enviar o que produziam para Londres. Apesar do solo fértil, da abundância de  peixes, das matas ricas em veados e perus, porém, os homens não encontraram estímulos para trabalhar. “Os colonos não tinham o mínimo interesse na terra”, escreveu o historiador americano Philip Bruce no fim do século XIX. A paz e a prosperidade só começaram a se tornar realidade em Jamestown a partir de 1611, com a chegada do administrador inglês Thomas Dale. Ele se surpreendeu ao notar que, em meio à fome, os homens se dedicavam a vagabundear pelas ruas. A raiz do problema, ele percebeu, era o sistema comunitário. Dale então determinou que cada homem deveria receber três acres de terra e só precisava trabalhar um mês por ano para a matriz. A decisão despertou os traços hoje bem conhecidos do capitalismo americano: o empreendedorismo e a aptidão para a competição. Mais produtivos, os colonos passaram a vender milho aos índios em troca de peles de animais. O comércio trouxe a paz....”

 

 

 
 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Gênios de "ciências inúteis"


O que é uma ciência? Em geral, diz-se que uma matéria se torna ciência quando o conjunto de suas teses teve ampla comprovação através de experiências empíricas ou deduções lógicas de seus enunciados. A matemática, por exemplo, não necessita de nenhuma experiência empírica para comprovar seus enunciados, mas apenas deduções lógicas dos números. A filosofia também não necessita de tais experiências. Não é o mesmo que ocorre com outras ciências, como a física, a química, a biologia, etc. Se não houver um microscópico onde se possa ver a estrutura das células o estudioso não terá a comprovação de seus estudos de biologia.

De outro lado, o mundo moderno está repleto de matérias que chamam eufemisticamente de ciências, mas, a rigor, não deveriam sê-lo. Um exemplo é a "história natural", pela qual se fez e se faz vários enunciados sem que haja uma comprovação através de experiências empíricas, ou, se as mesmas existem, são falhas e inconclusivas pela lógica. Em geral, se fala em "achados" de ossadas ou objetos, de coisas já consumidas pelo tempo, mas cujos resultados são falsos. Por exemplo, não se pode afirmar (como fazem eles) que tal animal se originou de outro apenas pelo estudo de um esqueleto. Se existiram milhões de tais animais seria necessária que a comprovação fosse feita através de numerosas espécies. Mas não é assim que surgem tais "comprovações", sempre baseadas em apenas um ou dois achados. Recentemente, por exemplo, houve uma conclusão destas bem absurdas: a de que os dinossauros se originaram de uma espécie de ave, e o estudo foi feito baseado apenas numa ossada... Seria o mesmo que, em filosofia, São Tomás basear um enunciado apenas em Platão ou em qualquer outro filósofo antecessor, ou em apenas uma afirmação antecedente. É necessário que haja uma "escola" onde aquela idéia tenha surgido, crescido e adquirido autenticidade através do tempo. No caso da história natural, para se comprovar que o dinossauro é oriundo de uma ave pré-diluviana não basta que muitos afirmem, mas que muitas espécies daquele remoto tempo o comprovem pelos vestígios deixados.

Apesar de ser um tema ainda controverso, outra falsa ciência (ou "ciência inútil) é a da evolução das espécies, toda ela baseada em meras conjecturas feitas com base em estudos mirabolantes de fugazes dados que encontram aqui, ali e acolá. E como nunca encontraram a comprovação de que, nessa evolução, o homem surgiu do macaco, passaram anos a fio em busca do "elo perdido", que seria um ser intermediário entre os seres primitivos e o homem. Como, para eles, a prova da existência de tal "elo" não se daria com uma multidão de seres, mas apenas com um só, foram até o Congo, em 1904, e lá capturaram um pigmeu que julgavam ter tais características. O homem se chamava Ota Benga (que no idioma nativo queria dizer "amigo") e tinha esposa e dois filhos. Levaram-no enjaulado para os Estados Unidos da América e o apresentaram na Feira Mundial de Saint Louis, junto com alguns macacos, como a comprovação do "achado" do "elo" da evolução do homem que procuravam a anos. Diziam que aquele "ser" havia evoluído para um "estado mais próximo do ser humano". Dois anos depois, Ota Benga foi levado para o zoológico do Bronx, em Nova Iorque, exposto juntamente com 4 chimpanzés, um gorila com o nome de Dinah, e um orangotango chamado Dojung. Também lá era mostrado como um ser "ancestral" do homem. Vários fósseis, alguns de macacos em que eles colavam mandíbulas humanas, foram "revelados" e alguns sofreram denominações as mais diversas, como o "homem de Pequim" ou o "homem de hobbit", ou "homo florensiensis", uma ossada (se houve outra não se fala) encontrada em 2003 que causou certa sensação entre os evolucionistas. Mas, no caso de Ota Benga, não era uma ossada mas um ser vivo.

Onde entram as "ciências inúteis" nessa história? Essa expressão era comum entre colegas de meus filhos em seus estudos colegiais. Dizia-se que tal ou qual matéria não era de interesse que se estudasse, pois era uma "ciência inútil". Inútil por que? Perguntava eu. Porque, respondiam eles, nunca iriam aplicar na vida real aqueles estudos. Em geral, consideravam as regras da matemática e da geometria como incluídas neste grupo. Alguns iam mais longe e consideravam também como inúteis outras como física, química, etc. Acho que esses meninos diziam isto porque tinham preguiça de estudar, pois não concordo com o que diziam. Na Escolástica, o famoso Hugo de São Vitor dizia que não há ciência sem importância. E acredito que é isso mesmo, não há ciência sem importância, mas desde que seja verdadeira ciência.

Um exemplo de "ciência inútil" podemos citar como a física quântica ou biologia evolutiva, ou então "cosmologia teórica" e "gravidade quântica", termos vagos para designar uma ciência. A física tem-se prestado, ultimamente, para várias deduções falsas, seguindo sempre uma mesma linha de raciocínio de que o universo existe sem Deus. E nesta corrente o estudioso mais famoso, hoje, é o inglês Stephen Hawkins, cujas teses estão mais para filosofia, onde não há comprovações através de experiências empíricas, mas de deduções ou simples raciocínios, do que para física. É claro que eles mantêm uma estrutura rica em equipamentos, cheia de aparelhos sofisticados, por onde tentam engenhosamente comprovar suas deduções, amparados por excelentes computadores. E o que representa isto perante a grandeza do nosso universo?

Por acaso tive acesso a uma afirmação do referido cientista, onde ele diz que seus estudos levaram a conclusão de que o universo surgiu de um "buraco negro". Sua dedução está baseada na constatação de que estrelas e sistemas estelares desaparecem quando são "engolidos" por um buraco negro. Da mesma forma que desaparecem podem surgir. A coisa vai longe, mas não adianta expor aqui tais pontos de vista, baseados em deduções e sem qualquer comprovação (por sinal, impossível). Depois ele afirma que está próximo a descobrir, definitivamente, como o universo se formou. Quanta pretensão! Ele está em cima da terra e quase não sabe nada sobre a origem dela e quer chegar á conclusão sobre as origens de todo o Universo!

Mas, esse pessoal, alguns considerados "gênios" como ele, filosofam mais do que comprovam suas geniosas elucubrações. Um exemplo: há muita afirmação duvidosa entre astrônomos, e uma delas é a distância entre as estrelas. São medidas por anos-luz. Ora, como é que o sujeito pode ter certeza de que a luz emanada de tal estrela demorou tanto tempo para chegar até nós se temos acesso apenas à sua chegada (estamos na terra) e não a seu ponto de partida, que é a própria estrela? Além do mais, a luz que chega hoje na terra indica certo tempo ocorrido há milhares de anos-luz atrás, mas não se sabe se a estrela ainda está naquela posição, pode está mais ou longe ou mais perto, ou então ter morrido. Andaram tentando criar outro método de medição de tais distâncias, que seria através da emissão de ondas de rádio: seriam remetidas daqui para a estrela, bateriam nela e voltariam para seu ponto de origem. Não acredito, entretanto, que o homem tenha capacidade de criar um raio (ou uma onda de rádio) que seja enviado para uma estrela e chegue e a seu destino. Como se vê, a coisa é muito nebulosa e difícil de se acreditar.

Uma outra afirmação entre eles, confusa e difícil de se acreditar, é a da idade do universo. Alguns dizem que o universo surgiu de uma explosão há 14 bilhões de anos atrás (dizer que houve uma "explosão", o Big Bang, é fácil, mas e a prova a não ser por simples dedução?), e outros discordam para mais ou para menos. Quem provocou tal explosão não falam. Foi espontânea. Como é que se calcula esta distância de tantos bilhões de anos? Nós temos como calcular o tempo hoje, pois o ano atualmente tem 365 dias e algumas horas e minutos. Mas no começo do mundo como é que se media o tempo? Será que uma hora tinha 60 minutos como hoje? E o ano tinha 365, 3 ou 3 mil dias? Não se sabe e nunca chegaremos a saber, a não ser... por revelação divina. Então a afirmação de que o universo tem bilhões de anos é uma mera conjectura sem base em experiências empíricas na realidade. Considero uma tese mais filosófica do que física ou de qualquer outra ciência exata.

Não conheço o físico Hawkins para lhe dar conselhos, mas se ele me procurasse lhe sugeriria que mude as matérias de seus estudos se quer realmente saber a origem do universo. Em vez de física, estude filosofia e teologia. Quem sabe desta forma, ele realmente chegue a alguma conclusão lógica.... E a ciência que ele estude deixará de ser inútil.